sábado, 27 de junho de 2009

Relações Interpessoais - Reflexão final

Acabada uma etapa, ou iniciada, quem sabe, eis que surge a necessidade de reflectir sobre o caminho até agora trilhado.
Ora, a caminhada nesta Unidade Curricular iniciou-se com o Tema 1, intitulado, precisamente, Relações Interpessoais. Reflectimos e reconhecemos, aquilo que penso todos já sabíamos, que o Homem é um ser social. Como tal, interage com os seus pares bem como com o meio, estabelecendo relações contínuas. Assim, no 1º tema, analisamos alguns tipos de relações que se criam e reflectimos sobre alguns episódios relacionais que se passam no nosso quotidiano e que, provavelmente, às vezes até passaram sem ser notados, ou sem lhes ser dada a devida importância.
Estar atento, quer ao contexto familiar, quer ao contexto escolar, contextos geradores por excelência de relações interpessoais, permitiu-nos compreender que desde cedo se adoptam posturas ou atitudes, mediante relações que se criam. E assim estudamos relações de afiliação, vinculação, rejeição, reciprocidade, interdependência.
No 2º tema, pesquisamos e reflectimos sobre as Interacções Sociais e as Relações Interpessoais. A Escola de Palo Alto e de Chicago foram duas escolas analisadas, nomeadamente os seus princípios. Ressalta, tal como no tema anterior, que o homem é um ser social que vive e evolui através de interacções sociais, sendo através da comunicação que interage e evolui, adaptando-se conforme as suas necessidades. Ora, a ideia chave é que ninguém vive sem comunicar. Mas, como as relações interpessoais nem sempre são “pacíficas”, isto é, nem sempre um dita as regras e o outro acena que sim com a cabeça, passando este género de comportamento para o contexto escolar, (embora ele se manifeste – ou deva manifestar na sociedade em geral), entramos no 3º tema: Plano de acção tutorial.
Ora, se é através das relações interpessoais ou interacções sociais que se dá o desenvolvimento dos indivíduos, como serão essas relações? Fomos vendo ao longo dos vários temas que desde que a criança nasce estabelece relações com o meio e com o outro e que, desde cedo, se desenvolve através de mediações. Matta(2001-p.72) refere que, segundo a teoria de Vygotsky, a actividade humana possui, como principal característica, ser socialmente mediada. Ora as mediações acontecem entre pares ou entre pessoas com diferentes papéis. E, também este tema, “roça” no tema seguinte abordado: o conflito. E, antes de mais, há a referir que o conflito não significa algo maléfico. O conflito pode surgir pela simples discordância de opinião, mas que mediado, discutido civicamente, pode produzir conhecimento, crescimento. Assim, o conflito pode e deve acontecer; será dele que, muitas vezes, surgirá uma mudança consistente!
E, falando do conflito em contexto escolar, chegamos ao bullying. Tem sido um termo muito usado, um tema associado constantemente às relações em contexto escolar. Ora, este tipo de comportamento, mais uma vez, à semelhança de outros, necessita de intervenção ou mediação. E além de haver vários tipos de bullying, é necessário identificar quem são os intervenientes no processo. Além das vítimas, há os agressores e, por vezes, as vítimas – agressores, bem como as testemunhas.
Ora, em suma, percebemos que o Homem sendo um ser social, vive e evolui através de interacções sociais normalmente mediadas.
Nós, alunos deste Mestrado, somos o exemplo de relações e interacções sociais distintas, mas fortes, e mediadas constantemente.

sábado, 13 de junho de 2009

Tema 4- 2 ª Parte -Bullying

Bullying
O termo bullying vem do vocábulo em inglês to bully. Este vocábulo significa agressor, intimidador. Bullying é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros.
Muito se fala em bullying. Ele é uma realidade na escola, assim como o é na sociedade em que vivemos, e não podemos esquecer que a escola é um "espelho" da sociedade em que está inserida. Assim, há que compreender de que forma se manifesta e procurar soluções para o mesmo, sem no entanto esquecer que tem que se desenvolver esforços de articulação entre a escola e a sociedade, provocando uma transformação mútua e recíproca.
Poderão consultar o meu trabalho sobre este tema no seguinte endereço:

terça-feira, 19 de maio de 2009

TEMA 4- COMO INTERVIR NO CONFLITO ESCOLAR

Olá a todos

O conflito na escola é um tema mediático com o qual somos bombardeados frequentemente.
Saber identificar os conflitos, é uma etapa fundamental para os solucionarmos.
Ao contrário da conotação que normalmente se dá a conflito, este não significa uma coisa má; pelo contrário, é através do conflito que se dá a mudança.
Se pensarmos na nossa sociedade actual, o conflito, se bem gerido, até é positivo. Conflito é mudança; é debate de opiniões e não um mero aceno de consentimento com tudo o que se tenta impingir.
Nas nossas escolas, nos nossos alunos, o que se pretende é fomentar a autonomia, a criatividade, a crítica fundamentada. É dos conflitos existentes que podem surgir novas ideias, ideias de mudança.

Podem consultar o trabalho sobre este tema no seguinte endereço:

http://docs.google.com/Doc?id=dfw5qgsm_0ch2kmj7s


Rosário Oliveira

sábado, 2 de maio de 2009

Tema 3 - Plano de acção tutorial

Temos visto que o homem é um ser social e que é através das interacções que se dá o desenvolvimento. As acções tutoriais baseiam-se em mediações, em interacções assimétricas entre sujeitos.
Nesta actividade foi-nos pedido que elaborassemos um plano tutorial.

Podem consultar o meu trabalho no seguinte endereço:

http://docs.google.com/Doc?id=dfw5qgsm_3d3pd2zgn

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Tema 2- Interaccionismo Simbólico e A Escola de Palo Alto

A Escola de Chicago data das primeiras décadas do século XX.
Assentava no pressuposto de que os seres humanos eram capazes de interpretar o seu contexto de vida, opondo-se a teorias sociológicas como o Funcionalismo, que concebia as relações e acções sociais como derivadas das normas e regras sociais pré-estabelecidas.

A Escola de Palo Alto, foi fundada nos Estados Unidos, tendo como precursor Gregory Bateson.
Uma das máximas utilizadas é que “não é possível não comunicar”.

Podem consultar o meu trabalho sobre este tema no seguinte endereço:

http://docs.google.com/Doc?id=dfw5qgsm_2gp5vz9cp

domingo, 22 de março de 2009

Tema 1- Relações Interpessoais

Relações Interpessoais

O Homem é um ser social. Citando Costa &Matos, “toda a acção social é comunicação e toda a comunicação é um processo em que relações, identidades, padrões culturais, valores…são elaborados e transformados.” As mesmas autoras, referem que a comunicação é sistémica “na medida em que ela afecta e é afectada por uma realidade construída ao longo do tempo.
Desde o início da Psicologia, que esta se interessa pelas relações interpessoais.
Del Prette refere que há duas abordagens psicológicas sobre as relações interpessoais: há uma explicação linear e uma explicação sistémica.
Quanto à explicação linear, cada um tenta sempre explicar porque razão agiu de determinada maneira ou tomou determinada atitude. Considera, ainda, que a nossa maneira de agir é afectada por factores “ambientais (características físicas sociais e/ou culturais de uma dada situação) ” e por “variáveis intra-individuais (crenças, percepções, sentimentos) ” (Del Prette &Del Prette, p.22).
A explicação sistémica, considera que “um sistema pode ser entendido como uma combinação ordenada de partes que interagem para produzir um resultado. A visão sistémica constitui uma tentativa de compreender a influência recíproca entre as partes de um sistema (seus subsistemas) e entre sistemas e seu entorno” (Del Prette &Del Prette, p.25). Costa e Matos, citando Bertalanffy, consideram que sistema é “um conjunto de elementos em interacção entre si e com o meio”.
Tendo em conta que as relações interpessoais só fazem sentido se analisadas no seu ambiente, implica que se envolvam todos os participantes activos de uma relação, olhando a mesma como um processo de vários componentes. “Os sistemas humanos são determinados pela força como seus componentes se relacionam entre si e isto lhe confere a estrutura” (Del Prette &Del Prette, p.28). Segundo Matos e Costa, “a importância do contexto em que o indivíduo está inserido e a reciprocidade de influências num processo de desenvolvimento contínuo é agora objecto de estudo”. São, assim, valorizadas as relações e interacções no seio da família e da escola. É neste contexto que se centra a teoria da vinculação.
As pesquisas sobre o desenvolvimento humano e socialização levaram ao reconhecimento do Homem enquanto ser que está sempre em evolução “adaptando-se às condições favoráveis à sua sobrevivência ou procurando alterá-las quando são desfavoráveis” (Del Prette &Del Prette, p.214). Tendo em conta que a sobrevivência está ligada à relação com o outro, há necessidades internas ou externas de relacionamento interpessoal, nomeadamente necessidade de cooperação.
Idealiza-se, assim, segundo os autores, “um novo homem que deve ser construído com base em relações saudáveis” e essas relações têm maiores probabilidades “quanto mais flexível o indivíduo” for. Ainda, segundo os mesmos autores, essas relações envolvem três elementos fundamentais: interdependência, aceitação e solidariedade.
Tendo em conta que o homem é um ser social, e que essa característica envolve relações com os outros e com o meio, tentaremos sinteticamente, definir algumas relações que se criam.
Afiliação é a tendência humana para procurar a companhia de seres da mesma espécie; vinculação é o estado de dependência emocional de alguém; aceitação é reconhecer a individualidade de cada um; rejeição está relacionada com a discriminação, isto é, com o comportamento negativo em relação a membros de um grupo específico; reciprocidade pressupõe interacções sociais, considerando que os dois intervenientes são ajudados. A interdependência é associada à necessidade de filiação, desejabilidade social, atracção interpessoal, etc. O Homem, enquanto possuidor de capacidades de auto-organização e auto renovação, mantém uma troca contínua com o ambiente. Assim, segundo Maturana, existe autonomia e dependência, isto é, interdependência.
O contexto escolar, a par com o contexto familiar, é, por excelência, potenciador de relações interpessoais.
Ao longo da semana, observando os alunos da escola, quer na sala quer no recreio, podemos verificar várias atitudes que envolvem os conceitos estudados. Sendo eu professora do 1º ciclo, trabalho com crianças de uma faixa etária baixa e considero que essa característica aumenta a necessidade de vinculação. Tendo eu alunos de 2º ano, com 7 anos, são frequentes os indícios manifestados pelos miúdos de necessidade de segurança, conforto, reforço positivo. As solicitações são frequentes tanto na ajuda para a execução das tarefas académicas, como na procura de carinho, incentivo. Ainda esta semana, após a elaboração da prenda do dia do pai, uma aluna cujos pais estão divorciados, veio ter comigo dizer-me que não sabia se ia entregar a prenda ao pai. Disse-mo porque sabia que eu tomaria uma atitude de modo a que o pai fosse a sua casa pois houve situações em que tive que intervir anteriormente no sentido de favorecer o relacionamento entre a aluna e o pai.
Desde que entram para o 1º ciclo, apercebemo-nos da necessidade que os alunos têm de se afiliar (evidentemente que essa necessidade não começa aí). Verifica-se que os rapazes, no recreio, têm tendência para se juntar aos rapazes (porque querem jogar futebol) e as meninas vão-se juntando conforme os interesses: há grupos que gostam de saltar à corda, outros dançar e outros fazem outras actividades. Vão-se afiliando tendo em conta diferentes motivos. Nos recreios afiliam-se centrando-se no motivo de distracção, na sala conforme as necessidades de ajuda, outras vezes para cochichar intimidades. As crianças afiliam-se, tal como refere Neto em Psicologia Social, mediante as “necessidades sociais que o relacionamento com outras pessoas pode contribuir para satisfazer”(p.141).
Relativamente à aceitação, são também visíveis as necessidades que os alunos manifestam de serem aceites e de não serem rejeitados. Enquanto na escola e na minha turma há alunos que são aceites por todos, são respeitados e tudo o que fazem é visto com bons olhos, há outros que são rejeitados pelos colegas com alguma facilidade. Temos dois alunos irmãos que são frequentemente rejeitados pelos colegas devido à falta de higiene. Ainda numa saída ao meio, na última sexta feira, a rejeição foi notória pois todos evitavam dar a mão a esses alunos. Contudo, o rapaz quando se trata de jogar futebol, é dos primeiros a ser escolhido devido às suas habilidades nessa área. São facilmente visíveis as atitudes que os alunos tomam no sentido de serem aceites, principalmente pelos que são considerados líderes na turma ou na escola.
A interdependência e a reciprocidade também se sentem no quotidiano da nossa realidade escolar. Retomando a actividade do dia do pai, na elaboração de uma actividade plástica e na escrita de um poema, foi visível a necessidade de ajuda e retribuição de “favores” entre alguns alunos consoante as suas apetências.
Bibliografia consultada
COSTA, E.; MATOS, P. (2007). Abordagem sistémica do conflito. Lisboa: Universidade Aberta, pp.43- 72.
DEL PRETTE, A & DEL PRETTE, Z. (2006) Psicologia das Relações Interpessoais, Petrópolis: Editora Vozes, pp. 212-221
NETO, F. (2000) Psicologia Social – Volume II, Lisboa: Universidade Aberta, pp. 141-146